Tendências na mobilidade urbana do futuro

A MOBILIDADE URBANA HOJE

As grandes cidades de amanhã estão se moldando hoje de acordo com as possibilidades técnicas e tecnológicas, mas também questões sociais e ambientais.

Níveis de poluição e engarrafamentos são irritações da vida cotidiana nas áreas urbanas, e a situação pode se tornar muito pior. Estima-se que até 2030, 60% da população mundial irá viver nas cidades (hoje, cerca de 50%). E durante o mesmo período, mais de dois bilhões de pessoas irão atingir a classe média. A maioria delas em cidades de países emergentes, particularmente na China.

O número de megacidades com mais de dez milhões de habitantes irá assim continuar a crescer. Muitas dessas pessoas a alcançar a classe média vão querer comprar carros. E alguns analistas da indústria automobilística preveem que, na atual trajetória, a frota global de cerca de 1,2 bilhão de veículos deverá dobrar até 2030.

A infraestrutura urbana existente não pode suportar esse aumento do número de veículos na estrada. O congestionamento já é quase insuportável em muitas cidades. E além de desperdiçar tempo, desperdiçar combustível e aumentar o custo de fazer negócios, os veículos criam emissões de gases de efeito estufa.

Isso coloca sérios problemas de saúde pública. A Organização Mundial da Saúde estimou em 2014 que sete milhões de mortes prematuras eram atribuíveis à poluição do ar e que uma parcela significativa era devida ao transporte urbano.

TENDÊNCIAS NA MOBILIDADE DO FUTURO

No entanto, o futuro não tem que ser assim, e cabe também a nós, que usamos diariamente os nossos carros a mudar os nossos hábitos. Em termos de mobilidade, quatro grandes tendências estão hoje a surgir. E o deslocamento urbano do futuro será :

  • PLURAL – Meios de transporte combinados para se mover melhor
  • INTELLIGENTE – Os Dados para facilitar as viagens
  • PARTILHADO - Car-pooling, livre serviço, aluguer entre particulares
  • ELÉCTRICO - Meios de transporte limpos, silenciosos e facilmente recarregáveis.

Abandonar o modelo do carro particular e voltar-se para um modelo de veículos compartilhados sob demanda, para otimizar o seu uso, parece uma evolução lógica e desejável. Isso faz ainda mais sentido, já que esses novos modelos elétricos serão capazes de rolar por longas distâncias e por mais tempo.

COMO DESENVOLVER OS MEIOS ALTERNATIVOS ?

A própria noção de mobilidade urbana precisa de ser repensada. Em face das ruas lotadas e das redes de transporte público superlotadas das grandes cidades, é necessário favorecer meios de transporte alternativos. O Vélib' mostrou que em Paris, as pessoas preferem andar pelas ruas que nos corredores do metro.

Vários outros fatores também impulsionaram o movimento em direção à chamada mobilidade urbana "suave", como as economias feitas pelas comunidades. De acordo com os governos dinamarquês e holandês, pioneiros do modelo, 1 km percorridos de bicicleta traz no mínimo 1 euro para a comunidade. Sobretudo, pela poupança na saúde, enquanto 1 km de carro faz com que ele perca 30 a 40 centavos.

O apoio de governos que vêm a mobilidade branda como um meio de combater patologias de estilo de vida sedentário. Ao oferecer, mesmo em alguns países, incluindo a França, um bônus ecológico para a compra.

Aliada ao tráfego lento (zonas 30), a rejeição de muitos carros, a poluição, o transporte público saturado, fazem com que máquinas como a trotinette eléctrica ou bicicletas, hoje respondem a uma necessidade de flexibilidade que os usuários reivindicam.

Depois de anos de luta para reinstalar a bicicleta na nossa paisagem urbana, as políticas de ciclismo finalmente acabaram por tomar as cidades.

As instalações de ciclismo, como pistas, ciclovias na estrada, corredores compartilhados com autocarros, etc., são decisivas para os que hesitam em superar o seu medo de usar a bicicleta.

E quando soluções adaptadas existem, sem surpresa, as cidades que oferecem as rotas mais contínuas, exibem as maiores quotas de modais de bicicleta.

As cidades entenderam que a implementação de medidas restritivas para o uso de carros particulares no centro das cidades, não hipotecam o seu crescimento econômico, nem a acessibilidade ao seu centro, pelo contrário !

O uso desenfreado do carro para viagens individuais ja não pode garantir a mobilidade do maior número.

CONCLUSÃO

As cidades serão cada vez maiores no futuro e, de acordo com especialistas, seremos cada vez mais a poder comprar um carro para as nossas deslocações urbanas. No entanto, pelo que sabemos hoje, o carro não é a solução mais adequada.

A poluição do ar é uma das principais causas de morte prematura, o congestionamento do tráfego provoca stress e diminui a velocidade de deslocação. Algumas comunidades entenderam isso e já estão a começar a preparar o futuro ! E nessas cidades não é surpresa vermos mais pessoas aderir a meios alternativos de transporte.